Decidiste começar o teu 1º cultivo em interior, e estás com algumas dúvidas em relação à luz... Nada mais normal! Neste curto artigo explicamos-te as diversas opções disponíveis.
Existem diversas opções de luz para cultivar em interior. Tens à tua disposição imensas lâmpadas, de várias potências, reflectores, balastros, etc... Acima de tudo, deveremos fazer a nossa selecção de acordo com o espaço físico que temos disponível para o nosso cultivo, bem como com o nosso nível de exigência e experiência pessoal.
Simplificando bastante, existem três tipos de luz que se usam em cultivos em interior: a fluorescente (CFL, T5 ou PL), a de alta-intensidade (HPS e MH) e a iluminação LED. Esta última tem vindo a ganhar terreno. Deixaremos a sua análise para um artigo posterior.
A ILUMINAÇÃO HPS/MH
Os kits de iluminação HPS e MH são a solução mais poderosa e com os melhores resultados na actualidade. Continuam a ser a solução usada pelos profissionais do cultivo em interior. Para ligares uma lâmpada HPS ou MH, precisas de um balastro (transformador) e de um reflector com casquilho apropriado (E40).
AS LÂMPADAS
Dentro das lâmpadas de alta-intensidade existem 3 tipos distintos, as MH (crescimento), as HPS (floração), e as SHPS (crescimento + floração) também conhecidas como Dual/Grolux/Green Power:
› As lâmpadas MH (crescimento) têm um espectro branco/azulado, ideal para a fase de crescimento (vegetativo) das plantas. A sua temperatura de cor mais fria favorece o desenvolvimento folhoso da planta, proporcionando plantas mais largas e compactas, com menor distância entre os nódulos. As lâmpadas MH de potências mais baixas, são também usadas na manutenção de plantas-mãe. Podem ser usadas do início ao fim de um cultivo, mas a produção de flores não será tão boa como com uma lâmpada HPS na fase de floração.
› As lâmpadas HPS (floração) têm um espectro amarelo/avermelhado, especialmente bom para a fase de floração das plantas. Devido à sua cor e potência lumínica, a sua luz é mais "penetrante", favorecendo a formação de flores, aumentando significativamente a produção em relação às lâmpadas MH. Podem ser usadas do início ao fim de um cultivo, mas não serão tão eficientes no ciclo vegetativo da planta como as lâmpadas MH.
› As lâmpadas SHPS (crescimento+floração) (Dual/Grolux/Green Power), são lâmpadas HPS com o espectro corrigido para funcionarem igualmente bem no ciclo vegetativo das plantas. Basicamente são lâmpadas HPS enriquecidas com o espectro azul, proporcionando um crescimento e floração excelentes. As lâmpadas deste tipo são sem dúvida as mais adequadas para usar do início ao fim de um cultivo.
E que potência escolher quando optamos por um kit de iluminação HPS ou MH?
Ao contrário do que muitas vezes se diz, a potência da luz escolhida deverá depender da área total que queremos iluminar e não do número de plantas que queremos ter. Existem 3 potências principais escolhidas pela grande maioria dos cultivadores devido à sua boa relação consumo eléctrico/lúmens produzidos: 150W, 250W, 400W e 600W (existem lâmpadas desde os 70W até aos 1000W, no entanto são potências muito menos usadas).
A relação entre a área de cultivo e a potência recomendada é a seguinte:
150W: área até 60x60cm
250W: área de 60x60cm até 90x90cm
400W: área de 80x80cm até 120x120cm
600W: área de 120x120cm até 200x200cm
Na escolha da relação área/potência, conta muito o tipo de reflector escolhido. Um reflector aberto normal, ilumina na perfeição a área mínima recomendada descrita acima. Se usarmos um reflector do género Adjust-A-Wings ou o Parabólico, podemos contar em iluminar a maior área possível prevista.
O BALASTRO
O balastro é outro componente essencial quando se opta pela iluminação HPS/MH. Existem disponíveis dois tipos de balastros, os electromagnéticos e os electrónicos (ou digitais). A grande e principal diferença, é que os balastros electrónicos de potência regulável permitem escolher a potência adequada para cada fase do cultivo, permitindo uma grande poupança de energia na fase vegetativa da planta. Por exemplo, se usarmos um balastro electrónico de 600W, podemos usar a mesma lâmpada apenas a 300W durante todo o ciclo vegetativo. Ou seja, gastamos 50% menos em relação ao consumo eléctrico normal! Com o selector de potência, também podemos usar lâmpadas de potência inferior ao balastro em toda a segurança, desde que a potência seleccionada seja igual ou inferior à potência da lâmpada. Os balastros electrónicos devido ao seu modo de funcionamento, provocam um desgaste muito menor das lâmpadas, aumentando a sua vida útil até três vezes mais tempo. Além disto tudo, os balastros electrónicos também têm a função "Super Lúmens" ou "Super Charge". Com esta função seleccionada, permite-nos usar mais 10% de luz, que pode ser crucial no pico de formação das flores.
Os balastros electromagnéticos actuais são bastante eficazes. No entanto, apresentam algumas desvantagens em relação aos electrónicos: são muito mais pesados; aquecem mais tornando-se menos eficientes por causa disso; não permitem a selecção de potência de acordo com a fase do cultivo; não são totalmente silenciosos. No entanto, bem instalados são totalmente seguros, são muito económicos e permitem-nos praticamente os mesmos resultados que um balastro electrónico.
O REFLECTOR
Podemos dividir os reflectores em dois grupos: os abertos e os fechados. A principal diferença é que os reflectores fechados permitem o arrefecimento directo da lâmpada ligando o reflector a um extractor de ar. Isto porque existe um vidro mais ou menos estanque - dependendo do modelo - que "isola" o calor provocado pela lâmpada, e permite que o mesmo seja extraído, baixando muito significativamente a temperatura no espaço de cultivo. Os principais reflectores fechados são os Cooltube ou os Spudnik. São excelentes soluções para espaços onde as temperaturas altas são um problema.
Alguns reflectores abertos, como os Adjust-A-Wings ou o Parabólico, têm a grande vantagem de reflectir a luz por uma área muito superior do que com qualquer outro reflector. São uma solução excelente para optimizar áreas de cultivo de qualquer tamanho. Devido ao seu desenho, fazem também alguma dispersão do calor, sendo muito práticos e eficientes existindo uma ventilação e extracção adequadas.
A DISTÂNCIA ENTRE A LÂMPADA HPS E AS PLANTAS
Numa fase mais inicial da vida das plantas (1ª e 2ª semana), a luz HPS deverá ficar a uma distância bastante confortável das plantas (de 80 a 100cm no mínimo). A partir do fim da 2ª semana de vida poderemos ir gradualmente aproximando a lâmpada das plantas, muito pouco de cada vez. No caso de potências mais baixas (150W ou 250W) as lâmpadas nunca deverão aproximar-se mais de 30/40cm. No caso de potências mais altas (400W ou 600W), deveremos manter uma distância de pelo menos 50/60cm das plantas.
Se usarmos um reflector refrigerado, (tipo Cooltube ou os Spudnik), ou um Adjust-A-Wings com Super Spreader, estas distâncias podem ser reduzidas, mas sempre com muito cuidado, medindo a temperatura à altura das plantas, que não deverá ser superior a 28º.
OS KITS COMPLETOS
A Urbicult tem à tua disposição Kits de Iluminação Completos, divididos pelas principais potências (150W, 250W, 400W e 600W), e com inúmeras combinações diferentes entre lâmpada, reflector e balastro. Os nossos Kits de Iluminação são uma solução completa, incluem todos os cabos e acessórios necessários para a sua instalação, e a um preço imbatível!
AS LUZES FLUORESCENTES
Também conhecidas como "económicas", as luzes fluorescentes têm a grande vantagem de serem as que consomem menos energia e de emitirem muito menos calor que as luzes HPS ou MH. No entanto, produzem igualmente muito menos lúmens (intensidade da luz) do que as lâmpadas HPS ou MH. As luzes fluorescentes são excelentes para a germinação, propagação (clonagem) e manutenção de plantas-mãe. Muitos cultivadores também preferem fazer o ciclo vegetativo com luzes fluorescentes devido ao seu baixo consumo, embora proporcionem um crescimento mais lento do que as lâmpadas MH, por exemplo.
Este tipo de iluminação é também uma solução muito usada na eliminação de pontos mal iluminados em espaços de cultivo onde é usada a iluminação HPS. São uma excelente solução para usar em conjunto com as lâmpadas HPS ou MH, complementando o seu espectro lumínico, oferecendo uma maior diversidade de cor às plantas.
Existem 3 tipos principais de luzes fluorescentes: as compactas (CFL), as tubulares T5, e as PL. Estas luzes estão disponíveis com espectros de diferentes temperaturas de cor (K), permitindo a sua utilização nos diferentes ciclos de desenvolvimento das nossas plantas.
› As compactas (CFL), são lâmpadas que para serem ligadas apenas é necessário um casquilho ou um reflector (como este ou este) com o casquilho adequado (E40). Isto porque o balastro (transformador) encontra-se embutido na própria lâmpada, bastando ligá-la à corrente. Existem disponíveis em diversas potências, desde 105W até 250W, e com três espectros de luz distintos: para a fase de crescimento (6400K); para a fase de floração (2700K); e as mistas, aptas para crescimento e floração, também denominadas de "Green Power" (2100K). As lâmpadas CFL são muito usadas na manutenção de plantas-mãe e fase vegetativa. No entanto, são igualmente excelentes para as fases de germinação e propagação.
› As tubulares T5 são lâmpadas que necessitam de um reflector apropriado (com balastro) para serem utilizadas. Estão disponíveis em duas potências (24W e 54W) e com dois espectros distintos, para crescimento (6400K) e para floração (2700K). São uma solução muito usada na germinação e propagação, pois devido ao baixo calor que emitem, permitem aproximá-las bastante das plantas, sem correr o risco de queimar ou secar as folhas. São igualmente uma solução muito económica a médio/longo prazo, pois embora o seu custo inicial seja mais alto que as CFL (devido ao reflector), a substituição de cada lâmpada é relativamente barata.
› As tubulares PL são muito similares às T5, apenas necessitam de um reflector apropriado. São igualmente muito usadas na germinação e propagação. Estão disponíveis com dois espectros diferentes, um específico para germinação/crescimento(6500K) , e outro para propagação (9500K).
Resumindo, as lâmpadas do tipo fluorescente são uma solução muito eficaz e económica para as primeiras fases de desenvolvimento das nossas plantas, permitindo poupar bastante energia em comparação com o uso de uma HPS ou MH. No entanto, são muito menos eficazes que estas últimas na etapa mais importante da vida das nossas plantas, a floração. Nesta fase, ainda nada se compara aos resultados proporcionados por uma HPS ou SHPS, quer a nível de produção (peso e volume), quer de qualidade (densidade, sabor, aroma). No entanto, existem situações em que não é possível o uso de uma HPS, por razões de espaço (devido ao alto calor que emitem, as HPS não são aconselhadas para áreas inferiores a 50x50cm). Se não houver uma boa renovação e circulação de ar, também poderá ser preferível optar por iluminação fluorescente de modo a evitar as temperaturas excessivas. Ou seja, é possível fazer a fase de floração com lâmpadas CFL, T5 ou PL - em alguns casos até é aconselhável - mas os resultados serão sempre inferiores comparativamente ao uso de uma lâmpada HPS ou SHPS.
A DISTÂNCIA ENTRE AS LÂMPADAS CFL/T5/PL E AS PLANTAS
Como as lâmpadas CFL produzem pouco calor, poderão aproximar-se até cerca de 20cm das plantas, procurando não ultrapassar os 28º de temperatura à altura das plantas.
OS KITS DE ILUMINAÇÂO CFL
A Urbicult tem à tua disposição os excelentes Kits de Iluminação CFL Completos. Divididos em 3 classes distintas (crescimento, floração e crescimento+floração), tens inúmeras potências disponíveis que podes escolher. Os Kits de Iluminação CFL são uma solução completa, entregues com todos os cabos e acessórios necessários para a sua instalação.
ÁREA DE ILUMINAÇÂO MÁXIMA RECOMENDADA
105/110W - até 60x60cm
125/150W - até 90x90cm
200/250W - até 120x120cm
Esperamos que este simples artigo tenha eliminado a maior parte das tuas dúvidas. No entanto, se precisares de alguma informação adicional ou de alguma explicação mais detalhada, não hesites em entrar em contacto connosco!